terça-feira, 24 de outubro de 2017

Curso que ensina pessoas com mais de 50 anos a criar videogames pode ajudar no tratamento do Alzheimer

Segundo o criador do projeto, além de estimular o raciocínio lógico, a invenção de um jogo também instiga a criatividade, funcionando como um treinamento preventivo para doenças cognitivas, entre elas, o Alzheimer

Dentre os diversos declínios, físico, cognitivo e social, associados ao envelhecimento, um dos mais acentuados é a Doença de Alzheimer, uma doença crônica e neurodegenerativa que tem sua prevalência aumentada exponencialmente com o avanço da idade.
No Brasil, em 2010, a prevalência média da Doença de Alzheimer correspondia a 7,6% da população com 65 anos ou mais – e as projeções para 2020 apresentam-se mais altas que a mundial, atingindo quase 8%, com 55.000 novos casos por ano.
Jogos no tratamento de Alzheimer
Vários estudos comprovam os benefícios dos jogos para a saúde dos mais velhos. No caso das pessoas que têm 50 anos ou mais, são um meio eficaz, prazeroso e desafiador de manter a coordenação motora e o raciocínio afiados, além de combater a depressão.
Os games (“jogos”, em inglês) melhoram as funções de memória, atenção, tomada de decisão, planejamento, imitação, aprendizagem e retenção e transferência das informações adquiridas. Também contribuem para aumentar a autoestima e o bom humor, diminuir a sensação de solidão, reduzir a ansiedade, melhorar o equilíbrio e prevenir doenças crônicas, como a de Alzheimer.
Criando seus próprios jogos
Mas não é só no papel de jogador que as pessoas de idade mais avançada exercitam o cérebro. Fabio Ota (foto), 53 anos, profissional de TI (Tecnologia da Informação) e proprietário da International School of Game (ISGame), formatou em Campinas (SP), há cerca de dois anos, em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), um curso que ensina alunos e alunas de 50 anos ou mais a desenvolver jogos.
“Comecei a pensar em uma metodologia voltada para ensino de desenvolvimento de games para idosos, principalmente para permitir que exercitem o cérebro com uma atividade intelectual divertida e que tem um forte efeito positivo para a saúde mental”, afirma Ota. Nas aulas, os alunos aprendem a criar um jogo novo “do zero”. “Eles têm de pensar nas etapas, no que vai acontecer em cada fase do game”, enfatiza.

“Além de estimular o raciocínio lógico, algo que a ação de jogar já proporciona, a invenção de um jogo também instiga a criatividade. Na classe, percebo que muitos dos que têm mais de 70 anos nunca nem jogaram videogame”, completa.

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