terça-feira, 28 de agosto de 2012

Feito cão e gato


Existem pessoas que adoram animais, já possuem os seus bichos de estimação, mas gostariam de ajudar de alguma forma cães e gatos que não têm lar. "Adoção consciente é a solução contra o abandono de animais". Esse é o lema do Refúgio Pet, uma ONG (organização não-governamental) de Lins que tem como missão encontrar um novo lar para animais vítimas de abandono ou maus tratos.  
A idéia de montar a ONG surgiu de uma conversa entre a Presidente Denise Lima com amigos pessoais e um grupo que faz parte de uma rede social em março de 2012. “Precisávamos de dinheiro para manter esses primeiros animais e começamos a arrecadar dinheiro com uma rifa de uma cesta de Páscoa. A partir daí chegaram mais pessoas que abraçaram a causa e juntos organizamos a ONG Refúgio Pet”, esclarece. 
Mesmo sem nenhum preparo ou infra-estrutura adequada, os voluntários não conseguiram “fechar os olhos” para o problema. “Quando via que ninguém ia assumir o compromisso com os animais, não consegui ficar sem fazer nada”, explica Denise. Hoje, a ONG conta com uma equipe de 15 sócios ativos que colaboram financeiramente, divulgam o trabalho, oferecem um lar temporário, encontram mais voluntários, realizam o acompanhamento das adoções, além dos veterinários parceiros que realizam todo o tratamento necessário para os animais.
Desde março, foram mais de 60 animais resgatados das ruas. Todos que chegam são cuidados, vacinados e encaminhados para adoção. Mais de 30 já encontraram um novo lar, outros estão em lares temporários, alguns em tratamento, e outros já disponíveis para serem adotados.
O principal objetivo da ONG é recuperar o animal para reinserção em outro lar. Para isso, os cães recebem o tratamento necessário até estarem aptos para a adoção. O problema é que muitas vezes o tratamento pode demorar como foi o caso do gato Timóteo que, ao ser resgatado pela entidade, estava debilitado e com problemas na pele e pêlo, resultado do abandono.
Segundo Denise, alguns animais resgatados passaram por situações extremas de sobrevivência. Tufão, por exemplo, foi encontrado amarrado com arame com parte do pescoço cortado. Ao ser encontrado, o cachorro foi tratado e acabou vencendo a promoção Special Book como o cachorro mais bonito, após concorrer com outros animais que postaram e compartilharam fotos no Facebook.
Mas não são apenas histórias tristes que podem ser presenciadas no Refúgio Pet.  Há também feiras de adoções, como as que aconteceram no dia 3 de junho e 5 de agosto no estacionamento do Amigão Supermercado em Lins. O resultado dessa mobilização que envolveu centenas de pessoas foi cumprido: encontrar um lar para todos os animais que foram recolhidos das ruas pela ONG. O evento contou com veterinários e visitantes que se emocionaram e acabaram se responsabilizando em adotar um pet.
Para formalizar a adoção, o interessado tem de assinar um termo no qual se compromete a cuidar do animal. Depois da adoção, a ONG mantém contato com os donos para fazer monitoramento, visitas e constatar se não há ocorrência de maus tratos.
O próximo passo do projeto será a construção de um gatil e canil. Quem quiser colaborar, se tornar sócio ou voluntário, pode entrar em contato pelos telefones: (14) 9731-3200 ou 3025-4911, ou pela página http://www.facebook.com/refugiopet.lins.
Mas antes de adotar um animal, tenha certeza de que:
· Sua casa ou apartamento tem espaço suficiente para a espécie escolhida: informe-se sobre suas características e necessidades;
· Você está realmente disposto a cuidar dele por toda a vida. Cães e gatos vivem em média de 12 anos. Pergunte a toda família se estão de acordo em receber o novo integrante e se verifique se nas suas férias e períodos de ausência haverá pessoas para cuidar dele;
· Você está disposto a arcar com as despesas de um animal. Além de amor, alimentação e abrigo, ele vai precisar eventualmente de cuidados veterinários e remédios;
· Você deverá reservar uma parte de seu tempo para dar atenção e carinho, além de dar banho e escová-lo regularmente;
· Se você mora em apartamento ou numa casa com um pátio pequeno, analise se você terá tempo e disponibilidade para passear com ele. Animais necessitam de exercício físico com regularidade;
· Ele não ficará sozinho em casa por longos períodos. Cães deixados presos latem, choram, ficam estressados e, com isso, acabam “aprontando” para se distrair.

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Hiroshi Hoketsu, 71 anos, é o mais velho atleta da Olimpíada de 2012


O recorde de idade no evento ainda pertence ao atirador sueco Oscar Swahn, que competiu nos Jogos de 1920 em Antuérpia, na Bélgica, com 72 anos

Desde os primeiros Jogos Olímpicos, realizados em Olímpia, na Grécia, do século VIII a.C. ao século V d.C., a imagem que temos dos atletas participantes é de pessoas bem treinadas nas modalidades esportivas que irão competir e, principalmente... jovens.
Mas, de lá para cá, muita coisa mudou, e o perfil dos competidores nas Olimpíadas, também, conforme o mundo todo pôde constatar no último dia 2 de Agosto, em Londres, após a disputa da primeira etapa da prova do adestramento de cavalo – uma modalidade mais clássica das que fazem parte do hipismo em Jogos –, realizada pelo japonês Hiroshi Hoketsu, 71 anos, o mais velho atleta da Olimpíada de 2012.
Hoketsu registrou a pontuação de 68.739 e teve o oitavo melhor desempenho entre os 13 competidores que se apresentaram na manhã daquele dia, em Greenwich. No entanto, muito exigente consigo mesmo, Hoketsu deixou a arena irritado com as falhas na apresentação, apontado os equívocos de desempenho na companhia da égua Whisper. “Cometi dois ou três erros que não deveria cometer”, comentou.
Jogos de Tóquio de 1964
O cavaleiro japonês estreou em Olimpíadas há quase cinco décadas, com apenas 23 anos, nos Jogos de Tóquio de 1964. Com a 40ª colocação, entendeu na época que sua missão no esporte estava cumprida.
Mas, depois de um longo período de inatividade, Hoketsu voltou a se dedicar ao esporte em 2003, ao se aposentar da função de presidente de uma companhia farmacêutica. Neste ano, resolveu se mudar sozinho para a Alemanha, deixando mulher e filha no Japão, para poder se dedicar exclusivamente aos treinamentos.
Mais de quarenta anos depois o cavaleiro voltou a disputar os jogos em 2008 em Pequim, com a 35ª posição geral. Agora, em Londres, faz sua despedida como segundo atleta mais velho da história das Olimpíadas.
Ao ser questionado sua motivação para seguir competindo já como setentão, Hiroshi afirmou que prefere “estar sentado em um cavalo do que sentado em uma cadeira em casa”.
Jogos do Rio de Janeiro 2016
Desapontado com a notícia de que sua égua, Whisper, irá se aposentar do mundo da competição este ano, Hoketsu descarta a possibilidade de participar dos Jogos do Rio de Janeiro em 2016. “Enquanto tiver motivação, vou competir. Mas não devo ir ao Brasil, será difícil achar um outro cavalo apropriado", comentou.
O recorde de idade nas Olimpíadas ainda pertence ao atirador sueco Oscar Swahn, que competiu nos Jogos de 1920 em Antuérpia, na Bélgica, com 72 anos.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A Velhice


Crônica do amigo radialista e escritor linense, Cilmar Machado do Santos.
Homenagem à terceira idade e também aos nossos parceiros do Portal da Terceira Idade!

                Há certos vocábulos em nossa língua que tendem a desparecer pelo desuso. A VELHICE é uma dessas palavras. Hoje, o máximo que se admite para alguém com muitos anos é ser chamado de idoso ou idosa. Mas, como na matemática, a ordem dos fatores não altera o produto final, todos os que atravessam a famigerada casa dos ENTA, são idosos e ponto final.
                Uma amiga minha, após tornar-se sessentona, inconformada com tal situação, desabafou num divertido E-mail, chegando a afirmar que devemos aceitar a velhice recusando as metáforas que nos impingem: ¨ terceira idade ¨, ¨ idade de ouro ¨ melhor idade ¨ e muitas outras mais. Segundo ela, ¨ ser velha não é crime, é apenas constrangedor ¨, sendo a velhice, ¨ a última sacanagem que a Natureza comete contra nós. ¨ De característica dinâmica e empreendedora, mesmo após aposentar-se na direção de uma respeitada multinacional, essa minha amiga passou a frequentar um dos chamados grupos da 3ª Idade e, em pouco tempo, constatou que o problema do idoso não é tanto saber de seus direitos e sim como comportar-se para dar menos trabalho aos seus familiares e amigos. Observadora arguta, minha amiga chegou a elaborar algumas normas de conduta para as idosas:
1)      Viva com inteligência o tempo de vida útil que lhe resta. Viva a sua vida, não a dos seus filhos, netos e/ou marido. Tenha seus próprios interesses e projetos.. Ainda se tem direito aos sonhos. Aliás, em breve teremos direito só aos sonhos;
2)      Coma menos, beba menos e fale menos. Velhas magras, sóbrias e contemplativas são menos doentes e chatas;
3)      Poupe seus familiares e amigos (para aquelas que ainda têm alguns) de conversas sobre o passado, doenças e dinheiro. Estes assuntos devem ser tratados, só e somente só, com seu psicoterapeuta. Em caso de emergência, a exceção é aquela sua amiga que já teve dois AVCS e não tem condições de reagir;
4)      Não aborreça ninguém com os relatórios de suas viagens. As viagens de velhas são interessantes só pra elas mesmas. Aprenda a ser concisa, comente apenas o destino e a duração da viagem. Se por algum milagre, alguém perguntar mais alguma coisa, procure responder com monossílabos;
5)      Cuidado com a nostalgia e o otimismo. Velhas tristes são chatíssimas. Velhas alegres demais, mais ainda. Não se ofereça para ir a carnaval fora de época com seus sobrinhos. Fora de época, é você. Não tenha certeza de que vai ser uma companhia agradável em acampamentos e shows de rock. Um ataque cardíaco pode acabar com a festa de todo mundo;
6)      Escolha um bom médico. Ele, sim, vai ser seu pai, irmão, marido e amigo querido. Não se automedique. Não há nada mais irritante do que velha metida a curandeira.
E, por último:
        Pense muitas vezes antes de se aposentar. Trabalhar tem muitas vantagens, além do dinheiro. A principal delas é para sua família, pois serão seus colegas de trabalho que vão ter que lhe aguentar a maior parte do tempo.
                Há outros sábios conselhos de minha amiga sessentona que não concebe que às idosas sejam aceitas apenas atividades como: cuidar da horta, do jardim ou mesmo trabalhar para a caridade. Também os homens precisam fugir do estereótipo de que ¨ velho só serve para jogar damas, bingo e dançar forró.  ¨ Aleluia! Há uma luz no final do túnel!