quarta-feira, 28 de março de 2012

Agora você já tem como se defender de crimes na internet!

Grupo de cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis em Direito criam, em 2005, a SaferNet Brasil, com o objetivo de proteger os Direitos Humanos na sociedade da informação

Com dinâmica própria, a internet tem sido incorporada ao cotidiano dos brasileiros de todas as idades e de diferentes níveis sócio-econômicos. A rede criou novas e surpreendentes possibilidades para o internauta se comunicar, estudar, jogar, educar, se relacionar e acessar informações variadas com muita agilidade.

Mas, como novo espaço público, a internet não pode ser identificada como uma terra sem lei e do “posso tudo e ninguém me acha”.

Preocupados com a proteção dos Direitos Humanos nesta nova sociedade da informação, um grupo de cientistas da computação, professores, pesquisadores e bacharéis em Direito criaram, em 2005, a SaferNet Brasil, uma associação sem fins lucrativos ou econômicos, sem vinculação político partidária, religiosa ou racial, com atuação nacional, que, logo em seguida, deu origem à Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.

Como empenho adicional, a SaferNet desenvolve, também, ações nas áreas de educação e prevenção contra os perigos na web. O primeiro passo foi a realização, no segundo semestre de 2008, de uma pesquisa nacional inédita com crianças, jovens e pais de internautas sobre segurança na internet.

Os resultados revelam um cenário até então desconhecido sobre a relação dos jovens brasileiros com a rede, sobretudo, no que diz respeito aos riscos de um uso desorientado. A SaferNet realiza, periodicamente, novas pesquisas para subsidiar ações educativas e campanhas que orientem os internautas e ajudem a promover o uso ético e responsável da internet no Brasil.

Na seção ‘Prevenção’ do site da SaferNet, o internauta encontra uma cartilha com dicas de segurança e proteção, uma lista com termos indispensáveis para entender os perigos na rede, um guia de ‘Netiqueta’, com orientações sobre boas maneiras nas relações virtuais, além de noções básicas de Direitos Humanos na internet.

A instituição oferece, também, palestras, oficinas e cursos para alunos, pais, educadores e monitores de espaços que oferecem acesso público à internet interessados em conhecer mais sobre como proteger os direitos das crianças e adolescentes, bem como promover os Direitos Humanos e a cidadania no ciberespaço.

“Proibir não educa nem prevê. Diálogo e orientação ainda são as melhores tecnologias para proteger os internautas. Usando a internet com respeito e educação, podemos garantir que a rede continue sendo um espaço público livre e aberto para todos se expressar, interagir e se informar no mundo globalizado. Sempre que presenciar algo que viole os Direitos Humanos na internet, denuncie!”, alerta Rodrigo Nejm, Diretor de Prevenção da SaferNet Brasil.

segunda-feira, 12 de março de 2012

As donas da bola


No dia 8 de março, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, a Mais! Magazine em parceria com o Cristal Palace conversou com exclusividade com as esposas de alguns craques do Clube Atlético Linense. Em um bate-papo descontraído, Anna Carolina de Jesus, mulher de Lenílson Batista de Jesus; Carolina Andrade, mulher de Fabão e Mara Santos, mulher de Makelelê (Leandro dos Santos), nos revelaram o lado bom e ruim de serem casadas com um atleta. Confira:

Tem gente que acha que casar com jogador de futebol é o mesmo que tirar a sorte grande ou se tornar uma celebridade da noite para o dia. Será que tudo é mesmo festa, mordomia, glamour e facilidades?

Casada com um jogador, a mulher, passa a fazer parte desse universo chamado futebol, que vai além do estádio. E com o passar dos anos ela se dá conta de que a vida real é bem diferente daquela vida tão sonhada.

Carolina Andrade defende a tese que ser mulher de jogador de futebol também pode ser considerada uma profissão. Esposa do zagueiro Fabão, Carolina garantiu que nada é fácil como parece. “Somos mulheres, esposas, mães, administramos uma casa e uma família. Levamos estrutura pra eles. São nossos maridos, homens comuns, diferente do que muitos pensam que são”. O casal está junto desde 2006; ela de Minas Gerais e ele carioca, se conheceram no Rio de Janeiro quando Fabão, profissional há 11 anos, estava de férias de uma temporada na Síria. De lá para cá não se separaram mais. Bernardo de três anos e Robson e um ano são seus dois filhos. Carolina que é formada em turismo e era proprietária de uma loja de roupa infantil, largou tudo para estar ao lado do amado. Em quatro anos, foram sete residências diferentes, algumas fora do país como na Síria, Catar e Líbano.

Para que dê retorno em campo, é preciso que tudo esteja bem em casa e com a família. E é a esposa quem cuida disso, mesmo que seja difícil. “Às vezes o Fabão liga antes de algum jogo muito importante perguntando se está tudo bem. Mesmo que não esteja eu preciso passar calma e confiança para ele se sair bem na partida. Vencendo ou perdendo, estarei sempre esperando ele em casa com um sorriso no rosto e algo especial para ele comer e lembrar como é querido aqui”, contou Carolina.

Anna Carolina saiu da casa da mãe muito cedo e abriu mão de uma carreira própria. Deixou a faculdade de administração de empresas para acompanhar o meio-campo Lenílson, baiano, que jogava no Noroeste em 2006. Anna morava em Bauru e nos contou que não sabia que a sua cidade tinha um time de futebol. Sem entender e acompanhar sobre o esporte, os dois se encontraram por acaso em um churrasco de amigos em comum e estão juntos até hoje. O casal, que tem um filho, Lucas, de três anos, tenta viver fora dos holofotes da mídia. Para Anna, não conseguir programar sua vida e viver em função da rotina e das mudanças do marido são as partes complicadas na vida de mulher de jogador. “Para ser mulher de jogador, não basta querer apenas o glamour, tem que estar do lado nas horas ruins, que são muitas”, conclui.

Arretada como toda baiana, Mara dos Santos conheceu o volante Makelelê, profissional há 10 anos, na Bahia em 2007. Mara, emocionada, revelou que para o marido que já perdeu os pais, como é difícil ficar longe da sua cidade natal e da família. Mara deixou cidade, familiares e o curso de serviço social quando decidiu se casar com o jogador. O casal tem uma filha, Anita, de três anos e espera ter um menino daqui algum tempo.

Mara está acostumada com os comentários preconceituosos da mídia e do público, que generalizam as esposas como Maria Chuteiras. “Eu como todas as mulheres ou namoradas já sofri muito com esse preconceito. Quando vim para Lins, não tive mais esse problema, a cidade é bem tranquila”, disse.

"Mesmo não querendo a mulher acaba se expondo com a família, ainda mais quando se perde um jogo ou um campeonato. O filho é ridicularizado na escola e a mulher também acaba sofrendo com isso até no supermercado”, ressalta Carolina.

A rotina de todas elas são bem semelhantes: cuidam da casa, do marido e dos filhos. Fazem academia, vão ao supermercado e levam uma vida normal. Anna, Carolina e Mara confessam que vão pouco aos jogos e que dentro de casa não se fala sobre futebol, devido à grande pressão que já ocorre dentro dos campos e dias antes na concentração. Elas garantem que Fabão, Makelelê e Lenílson são calmos, centrados e sofrem pouco de TPJ (tensão pré-jogo). Os três jogadores possuem contrato com o CAL até maio de 2012, quando termina o Campeonato Paulista.

Além do dia a dia, os sonhos também são muito parecidos: “Somos as fãs número um dos nossos maridos. Nosso maior sonho é que eles fechem um bom contrato e que conseguimos permanecer em um local por mais tempo para termos estabilidade com a nossa família”, conclui as três. Anna Carolina e Mara pretendem também voltar a estudar e quem sabe em breve ter mais filhos.

Além das nossas três entrevistadas, o Linense possui outros jogadores que são casados. Algumas dessas mulheres são amigas e se reúnem todas às sextas-feiras para falar sobre religião (todas são evangélicas) em um grupo chamado CÉLULA. Os jogadores também possuem um grupo próprio e se reúnem na própria concentração.

Dinheiro, estabilidade financeira, viagens, são pontos positivos visíveis na carreira de qualquer jogador. Stress com final de contrato, lesões, assédio feminino, solidão, certamente são os negativos mais citados por todas elas.

Depois de tantas confissões e desejos em comum, poucos sabem que essas esposas têm grande influência na atuação deles dentro e fora das quatro linhas.

Uma profissão onde os compromissos são muitos e a necessidade de abrir mão dos próprios desejos é evidente, no final da entrevista todas repetiram a mesma frase com muito orgulho: “Não me arrependo do que fiz e faria quantas vezes fosse necessário tudo de novo”.