quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Seja um Papai Noel voluntário! Cuide de um idoso neste Natal

O Natal está chegando, e nessa época do ano somos inundados por centenas de campanhas de solidariedade de todos os tipos, com foco em vários segmentos da nossa sociedade, e que, naturalmente, necessitam de ajuda: crianças carentes, pessoas desabrigadas ou sem lar, pessoas com deficiências, entre outras.

Mas pouca gente se lembra das pessoas mais importantes na nossa vida, que nos cuidaram desde nossa infância, nos educaram e, com seu amor e carinho incondicionais, nos possibilitaram viver, sonhar, trabalhar e criar nossas próprias famílias: os idosos.

O Brasil está envelhecendo, e isto é uma realidade. Mas, infelizmente, nem todas as pessoas que chegam à 3ª idade em nosso país têm condições, sejam físicas, mentais ou sociais, de poderem se cuidar, com qualidade, nessa fase tão delicada da vida. Alguns têm condições de recorrer a instituições que cuidam de idosos – na maioria das vezes, muito caras –, e são poucos os que podem contratar o serviço de cuidadores pagos.

Mas ainda bem que existem pessoas que se colocam a disposição, voluntariamente, para cuidar de quem precisa e não pode arcar com as despesas de um cuidador particular.

Em novembro de 2008, o Portal lançou a Campanha “Seja um cuidador voluntário!”, motivado por um e-mail de uma internauta que relatava o descaso para com uma senhora de 82 anos que sofreu uma grave queda em frente ao Centro de Referência do Idoso, na Zona Norte de São Paulo.

A autora do e-mail, Anisia Spezia, hoje com 65 anos, tornou-se a coordenadora da campanha que, em seus mais de 3 anos no ar, conseguiu o apoio de mais de mil cuidadores em todo o Brasil, oferecendo seus serviços, voluntariamente, através do Portal Terceira Idade.

Todos nós temos um vizinho, um amigo, um parente, ou mesmo alguém que não conhecemos que precisa de nossa ajuda. Que tal doarmos algumas horas do nosso dia para quem precisa?

Vale ressaltar que é bom e faz bem ajudar alguém no Natal... Mas por que não fazer isso o ano inteiro? Se você pode doar um pouquinho do seu tempo a quem precisa, torne-se você também um(a) Papai(Mamãe) Noel do Portal!

Lembre-se: eles fizeram muito por nós e, agora, precisam de nossa ajuda. O seu trabalho é voluntário, mas o pagamento é o lindo e carinhoso sorriso que você verá estampado no rosto de quem você visitou.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

PASCHOAL ANGOTTI

Mais conhecido como Dr. Angotti, nosso último Persona foi escolhido especialmente para a edição mais esperada do ano. O médico que já foi de tudo um pouco, nos conta momentos de felicidade e surpresas em 88 anos de vida. Confira a seguir tudo o que ele nos revelou em um bate-papo, sobre épocas de faculdade até os dias de hoje, ainda ativo.
Tenente da Força Aérea Brasileira, dentista, professor nas seguintes áreas: educação física, serviço social e judô, jogador de basquete (Palmeiras), locutor de rádio, e por último, médico. Poucas pessoas conhecem as várias profissões que Paschoal Angotti já teve. Filho de Franscisco Angotti e Nicolina Angotti, Dr. Angotti nasceu em 1º de maio de 1923 na pequena cidade de Bocaína. Com seis anos de idade, sua família mudou-se para a capital. Por lá permaneceu até decidir fazer faculdade de odontologia em Araraquara. Dr. Angotti que já fazia parte da Força Aérea Brasileira, nos revela que só decidiu se formar em odontologia, porque pretendia casar o mais rápido possível. Foi em uma das viagens como aspirante, que ele esteve em Lins e conheceu Aracy, professora, que mais tarde seria sua esposa. Dr. Angotti lembra exatamente como foi: um baile no Clube dos Bancários; amor a primeira vista. Começaria ali um amor que já completou 60 anos de fidelidade, dedicação e muito respeito. Mas namorar a distância nunca foi tarefa fácil para ninguém. Após sete anos de namoro, Paschoal se formou, casou-se com Aracy e a levou para São Paulo. A distância acabaria ali e finalmente ele viveria com ela o que sempre sonhou.
Dr. Paschoal exerceu apenas cinco anos a profissão como dentista. O que ele queria mesmo era ser chamado de médico. Decidiu então fazer faculdade de medicina em Uberaba. Aracy é claro, o apoiou. Foram para uma nova cidade, com casa nova, faculdade nova e uma vida nova! Depois da faculdade, Paschoal decidiu se especializar no Rio de Janeiro, foi quando Aracy voltou para Lins com os filhos. A distância mais uma vez entraria em cena. Foi quando em 1962, ele decidiu vir definitivamente para Lins.
Em seguida, abriu o seu próprio consultório na rua 21 de Abril, atual calçadão, como Dr. Paschoal Angotti – Oncologista, Cirurgia geral, Ginecologista e Obstetrícia. O seu consultório era uma referência na cidade e há 18 anos, um dos doutores mais conhecidos em Lins e na região, decidiu se aposentar.
Aracy e Paschoal tiveram seis filhos: Renata, Márcio, Marcos, Silvia, Célia e Marcela. Com eles, vieram os 12 netos e dois bisnetos que o enchem de alegria. Apenas Márcio seguiu uma das suas profissões, formou-se em odontologia.
Conhecido também pela sua passagem como Secretário Municipal de Saúde, Diretor da Santa Casa de Lins, Diretor do Hospital São Lucas e presidente do Clube Linense, hoje, Dr. Angotti divide o seu tempo entre a casa e o hospital. É supervisor de prontuários no Hospital São Lucas e passa todas as manhãs também pela APAE.
Dr. Angotti foi o fundador da APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Lins), em 1969. Após descobrir que a sua filha mais nova, Marcela, era portadora de Síndrome de Down, o médico decidiu que era hora de fazer algo pela cidade e por essas pessoas especiais e tão importantes na vida de cada família. A primeira sede da APAE foi inaugurada em um antigo seminário, onde é atualmente o colégio Salesiano. A Associação atendia em média 60 pessoas. Com o aumento da procura de atendimentos, estava na hora da instituição ter uma casa nova. Em 1988, foi inaugurada a APAE na rua João Moreira, onde se localiza até hoje. Por dia, são mais de 160 pessoas atendidas em tempo integral nas mais diversas atividades como: aulas de alfabetização, fisioterapia, educação física, atendimento médico, dentista, entre outras.
A APAE sobrevive de convênios e colaborações de sócios. Em 42 anos, Dr. Angotti nunca deixou de estar um dia ao lado dessas pessoas tão especiais, que ofuscam com o seu brilho quem está ao lado.
Ao longo dos anos, além do reconhecimento na profissão, Paschoal foi surpreendido com diversas medalhas como médico e outras de honra como a Medalha do Mérito Militar e a do Pacificador.
Apesar de todas as dificuldades, distâncias e contratempos, Dr. Angotti nos prova que é possível estar sempre cercado de pessoas nos apoiam e nos acolhem com tanto carinho, assim como Lins fez com ele.
Quando se dedica tempo para quem ama, em seu caso, a medicina, a resposta vem rápida e sincera. Cada dia que chega ao final dá espaço para o início de outro, e para ele um motivo a mais para viver e se dedicar a profissão. Cada dia é uma benção e cada detalhe deve ser vivido intensamente. É assim que encontramos Dr. Angotti todos os dias: pronto para viver e reviver cada munuto.

Apelido: Lino, dado especialmente pelo seu avô
Comida preferida: Uma bela macarronada, como todo italiano
Bebida preferida: Vinho
Música: Brasileira
Uma qualidade: Ser prestativo com o próximo
Lugar especial: Sou dividido entre a minha casa e o hospital
Uma viagem: Lua de mel em Buenos Aires
O que é Lins pra você: Cidade das moças bonitas (risos)
Curiosidades: Um presente que ganhei foi a enfermaria do 37º Batalhão de Infantaria Leve de Lins ser “batizada” como 2º Tenente Dr. Paschoal Angotti. Já fui para o Japão como médico da seleção brasileira de baseball e também inaugurei duas rádios FM na cidade, na década de 80.
Um conselho para quem deseja seguir a carreira de médico: Ser médico é um dom. Meu conselho é fazer uma boa faculdade e nunca parar de estudar, gostar acima de tudo do que faz e o mais importante: atender bem os seus pacientes.
O que significa a APAE em sua vida: Só tenho a dizer que foi e é a melhor coisa na minha vida!
Um momento marcante: Vários momentos marcaram a minha vida, mas a situação mais inesquecível e surpreendente foi quando descobrimos que a Marcela era portadora da síndrome de Down. Sua chegada, sem dúvida, foi uma benção.