sábado, 10 de setembro de 2011

Mortalidade infantil: índice de Lins caiu de 15 para 10 de 2009 para 2010

Média do estado caiu 61% em 20 anos e fechou 2010 com 11,9 por mil nascidos vivos

A secretaria municipal de Saúde registrou até agosto deste ano quatro óbitos de crianças entre zero e 1 ano de idade, atendidas por hospitais particulares, UBS (Unidade Básica de Saúde) e SUS (Sistema Único de Saúde). A mortalidade infantil é medida pelo padrão “número de mortes por mil nascidos vivos”. A referência é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera satisfatórios índices que estejam abaixo de dez mortes para cada mil crianças nascidas vivas. Lins estourou essa marca em 2010, quando registrou 15 mortes. Mas, no ano passado, se manteve exatamente no limite do aceitável pela OMS: 10 mortes por mil nascimentos com vida.
Segundo a diretora de Saúde Coletiva da secretaria municipal de Saúde, Aline Duenhas, esse tipo de morte decorre, em geral, da falta de acompanhamento médico e de realização dos exames de pré-natal desde o início da gravidez; da baixa qualidade de vida; de doenças congênitas; e, principalmente, da prematuridade.
A diretora explicou como é feito o trabalho com as grávidas nas UBS: “As mães, após se consultarem pela primeira vez, são acompanhadas pelas agentes de saúde, que muitas vezes vão até as casas, para que elas não deixem de lado o pré-natal”. Ela avalia que a queda da mortalidade infantil em Lins esteja ligada ao bom desempenho das equipes, ao pré-natal, aos cursos de gestantes ministrados na atenção básica, ao incentivo ao aleitamento materno, entre outros fatores preventivos.
Aline lembrou ainda que o trabalho de conscientização e acompanhamento leva às mães mais confiança, além de humanizar o atendimento e melhorar o percentual de partos normais -- um estudo feito pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) mostra que o percentual de partos cesarianas no ano passado chegou a 90,38% do total.
A secretaria de Saúde do estado de São Paulo divulgou na última semana que a taxa de mortalidade infantil caiu 61% nos últimos 20 anos – 2009, 12,5 mortes por mil nascidos vivos; e 11,9 em 2010. Só em 2010, a queda foi de 4,8% em relação aos dados de 2009. Segundo a OMS, este é o principal indicador para definir o padrão de excelência em saúde pública. O próximo passo para o estado é atingir a padrão ideal fixado pela OMS – menos de 10 mortes por mil nascidos vivos. Para isso, o governo pretende intensificar serviços nas áreas com maiores problemas.
A representante da secretaria municipal lembra também que após o nascimento, as mães devem passar por uma consulta pós-parto, chamada de primeira consulta puerperal, que consegue identificar as dificuldades iniciais da mãe com o bebê. Esse acompanhamento é estendido por tempo indeterminado até que mãe e filho estejam com saúde satisfatória.
Entre as cidades com pelo menos mil nascidos vivos no estado de São Paulo a que apresentou menor taxa de mortalidade em 2010 foi Barretos, 7,2. Em seguida está São José do Rio Preto com 7,3. São Carlos, São Caetano do Sul e Paulínia chegaram a índices próximos a 7,5. Já aqueles com taxas mais elevadas foram Avaré (21,8), São Roque (20,8), Ibiúna (19,4), Guarujá (19,2), São Vicente (19,1) e Itapeva (19,0).
As cidades identificaram a pobreza e os serviços de saúde menos estruturados como responsáveis pelo crescimento do número de mortes entre os recém-nascidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário