segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Maionese caseira usada em lanchonete contamina 76 pessoas

Estabelecimentos são fiscalizados, mas poucos estão de acordo com a lei

Dados divulgados pela Vigilância Sanitária de Lins mostram que 76 pessoas foram contaminadas por salmonella no início de julho, em uma lanchonete que utilizava maionese caseira. A Salmonella Enteritidis é uma bactéria transmitida principalmente por ovos crus ou mal cozidos, que pode causar gastrenterites. O frango e outras aves, se consumidos malcozidos, malfritos ou mal-assados também podem transmitir a bactéria.
Segundo o diretor da Vigilância Sanitária, Carlos Oliveira, o caso foi o mais grave registrado nos últimos anos. “Não há nenhum registro este ano; essa contaminação foi uma das mais preocupantes notificadas pela secretaria de Saúde.”
A portaria 6/99, de 1999, proíbe a utilização de ovos crus em estabelecimentos comerciais de todo o estado de São Paulo. “No caso da lanchonete em questão, o proprietário já havia sido notificado para suspender a venda deste tipo de produto. Após a contaminação, ele procurou os clientes e assumiu algumas responsabilidades, como remédios e despesas hospitalares. O estabelecimento será multado por um valor ainda não estabelecido (varia de R$ 900,00 a R$ 1.300,00)”, informa o diretor.
Na última segunda-feira, a secretaria de Saúde e a equipe da Vigilância Sanitária realizaram, no auditório da Cozinha Piloto, uma reunião com donos de restaurantes, lanchonetes, trailers e bares, para esclarecer como a maionese caseira deve ser corretamente manipulada. A nutricionista Mariela Nogueira deu as orientações para evitar a contaminação.
Foram convidados 87 estabelecimentos, mas apenas 36 enviaram representantes. Destes, apenas 20 trabalham de acordo com a lei.
Carlos explica o procedimento padrão de fiscalização: “Locais que já foram fiscalizados uma vez, quando ainda continuam irregulares, são multados ou passam por algum tipo de constrangimento, como a suspensão de abertura por alguns dias. Por isso, decidimos que o encontro seria de grande importância para que todos tenham conhecimento das leis vigentes e da maneira correta de utilizar o alimento para que não haja riscos”.
Uma pessoa que se infecta com a bactéria pode apresentar febre, cólicas abdominais e diarreia, de 12 a 72 horas após o consumo do alimento contaminado. A doença dura de quatro a sete dias, e muitos doentes se recuperam sem a necessidade de tomar antibióticos. Entretanto, quando a diarreia é severa, a hospitalização e uso de antibióticos podem ser necessários.
Para evitar a contaminação é necessário que os alimentos sejam manipulados e guardados de forma correta. Os ovos são mais seguros quando armazenados em geladeira, pois se evita a multiplicação das bactérias.
Carlos Oliveira se colocou à disposição para atender comerciantes que não estiveram na reunião e desejem esclarecer dúvidas sobre o assunto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário