Sua vida se resume em uma palavra, que é sorriso para seus ouvidos: música.
Laís Pacini é linense e conhecida desde muito cedo na cidade pelo seu elo com a música e com os encantos que ela trás para a sua vida. Sofreu de poliomielite aos 11 meses e carrega as sequelas em suas pernas. Há dez anos fraturou o fêmur e não pode mais andar, ganhando assim uma companheira motorizada, chamada por ela de princesinha. Mas isto não deixou que a sua estrela perdesse o brilho. Suas mãos a seguraram. A levantaram. Laís conta que nasceu com um brilho próprio. Brilho que chegou em 7 de agosto de 1937. E foi com ele, que ela conquistou tudo na vida. Uma vida intensa. Cheia de amores e paixões. Em troca de tanta felicidade, Laís decidiu que sua vida seria eternamente ligada a música.
Filha de pais com opiniões muito distintas, Laís desde cedo teve suas próprias escolhas. Sua mãe, Odila Pacini, a protegia como um cristal. Talvez ela pudesse quebrar. Mas ela não entendia que o que a cortava por dentro, era não viver como uma pessoa comum. Seu pai, Alcides Pacini, seu melhor amigo e conselheiro, a apoiava em todas as decisões. Desejava que ela o seu dom. Fizeram tudo o que podiam. Tratamentos, cursos. No início, Laís era levada até a escola por um amigo charreteiro, que a colocava dentro da sala de aula. Na escola, Laís conheceu além das palavras, muitas mãos amigas. Mãos que a levantaram. Faziam-a flutuar. Sempre teve amigos que a ajudaram. E permanecem juntos por uma vida inteira.
Laís andava antes da fratura. Mesmo com dificuldades nunca quis ficar limitada a uma cadeira de rodas. Depois de alguns anos vieram os irmãos. Quatro no total. Sua mãe, professora, decidiu que se preocupar tanto, não iria lhe fazer bem. Proteção demais às vezes soa como medo. Laís criou asas e levantou vôo sozinha. Buscava sempre novidades. Laís afirma que desde a poliomielite, teve uma nova identidade: sabia que podia se tornar algo além do que imaginava. Desconhecido. Novo. Encontrou assim seu verdadeiro caminho. Define sua vida como uma bola cheia de arestas, que com o tempo foram se moldando e se adequando à sua nova vida. As arestas se apagaram e se renovaram a cada dia que passava. E estas arestas perceberam que nunca seriam maiores do que o sonho de Laís. Tornaram-se invisíveis assim como o preconceito e a deficiência diante de todos.
Laís não tinha controle das suas pernas. Mas tinha de suas mãos. Dizem que quando Deus tira algo, compensa com outra coisa muito melhor. Desde muito nova, Laís teve a igreja presente em sua vida e foi lá que conheceu a religião e iniciou o canto. Tocava órgão e substituía o regente do coral. Foi se aperfeiçoando cada vez mais na música. Decidiu atravessar as fronteiras e ir estudar no Rio de Janeiro. Seu sonho de ser pianista e conhecer o mundo não se consolidou por causa das consequências da poliomielite. Laís não desistiu. A princípio sem o apoio da mãe, Laís foi. Conheceu o mundo através da música e dos diversos instrumentos que tocava. Foi para o Rio de Janeiro com uma bolsa de estudos e por lá ficou quatro anos na Escola de Música Sacra morando em um internato. Trabalhava dando aulas folclóricas para as crianças com instrumentos como órgão, piano, flauta, violão. Conheceu tudo o que podia. Foi a todos os lugares que gostaria de estar. Concertos. Praias. Cursos. Amizades que se recorda até hoje.
Depois de formada, foi chamada em Piracicaba para trabalhar em um igreja. A música a buscava em todos os cantos. Fazia-a mudar de vida. Em Piracicaba, lembra que foram os anos mais brilhantes da sua vida. Aprendeu e cresceu rapidamente. Trabalhou muito também. Mas não dava mais. Acabou voltando para Lins, onde terminou o conservatório e a faculdade de Educação Artística, após passar em um concurso de funcionária pública. Fundou e regeu com muita capacidade o Coral Pró-Arte em 1969, sendo coordenadora por 27 anos, passando o seu trabalho para um amigo com talentos semelhantes.
Laís acima de tudo é mulher. E gostaria de sempre ser vista assim. E foi. Foram dez anos de respeito, cumplicidade e muito amor. Laís conheceu o bem-querido ou bem-querer, assim chamado carinhosamente por ela no Coral Pró-Arte. Dez anos mais novo. Desde o primeiro dia em que o viu se sentiu incomodada. Seria um amor para toda a vida. Perto ou distante. Foram os dois meses mais longos de sua vida até se aproximarem. Os olhos verdes de Laís brilharam como esmeralda. Não conseguia ver mais ninguém. Tudo era direcionado para ele. O bem-querer se tornou o melhor amigo, acompanhando-a em todos os eventos musicais. Veio para protegê-la. Foi tão especial em sua vida que se tornaram namorados. A família dele era orgulhosa, preconceituosa. Não aceitavam Laís. Com tantas limitações, ele não pedia nada em troca. Apenas compartilhar a sua vida com a dela. Sempre transparente, todos os amigos viveram junto a ela, a delicadeza daquele sentimento.
Foram milhares de músicas, poemas e cartas destinados a ele. Depois de dez anos dividindo uma vida intensa, a Rosa Laís e o Bem-Querer, após alguns silêncios, se separaram. Passaram-se 15 anos e as notícias vinham apenas pelos amigos. Soube que se casou. Teve filhos. Ela não diz o seu nome. Por 15 anos, Laís se fechou para o amor, mas não para o mundo. A vida seguia. Esse era um ponto importante: continuar.
Após os dias de fisioterapia, ela pára e olha para a rua sob a janela. Em uma tarde de 2007, avista um homem com um olhar não muito desconhecido. Parece perdido e triste naquela casa à frente. Laís passa os dias observando-o. Quem seria esse homem que faz as mesmas coisas todos os dias, nos mesmos horários e que tem apenas a companhia de dois cachorros? Estaria se escondendo do mundo? Em uma tarde, ele acenou para ela chamando-a pelo seu nome: Laís. Ela o reconheceu. Foi como se tudo o que tivesse vivido até ali fosse um sonho. Ele voltou e está mais perto do que nunca. Depois deste dia, nunca mais se falaram. Laís não desistiu. Mandava rosas, mimos e cartas através de sua secretária. Todos os dias. Ficava observando-o pegar as correspondências pela câmera de segurança de sua casa. Foram cem cartas de amor. Nenhuma recebida de volta. Nenhuma devolvida. E também nenhuma revolta pelos atos que Laís praticava. Nada. Apenas alguns sorrisos e acenos de bom dia ou de boa tarde. Foram esses detalhes que a salvaram. Salvaram o seu coração.
Laís não sente medo de nada. Carrega um amor que acredita ser eterno em outra vida. Algum tipo de reencarnação. Laís ainda escreve cartas para ele, mas guarda pra si, em sequência de dias, partilhando secretamente sua vida com ele.
Hoje, Laís tem três livros publicados recheados de romantismo. Autênticos. Após longas conversas entre amigos e muitos poemas guardados, Laís decidiu publicá-los. Inesquecíveis. Ela também faz parte da Academia Linense de Letras, que recebeu um “hino” de sua autoria.
Laís esclarece que só faz da vida o que quer e o que gosta. Garante que isso é um privilégio. Não dá mais para ser escrava do tempo. Cumprir horários. Cada dia é uma surpresa. Está descartada a rotina que tanto entristece as pessoas. Laís torna possíveis os sonhos dos seus alunos de aprenderem, assim como ela o fascínio pela música. Piano, flauta, teclado e canto. Faz regularmente fisioterapia. Terapias alternativas. Muda o visual. Hoje ela está ruiva, amanhã loira. Divide o seu tempo entre a Casa de Música e a Casa Mística, acordando bem cedo, molhando as plantas, descobrindo o mundo virtual e confessando segredos para a sua grande companheira, a gata Alicinha. Não me deixa esquecer o frango com quiabo e acelga, seu prato mais apreciado, o jardim e os banhos de banheira. A visita dos irmãos e amigos é frequente. A Igreja, assim como a fé, continua.
Laís nasceu para brilhar, sua estrela ofusca quem está perto. Há 73 anos, espalha a arte por todos os lugares em que passa. Sem limites. Tanta simpatia. Olhos brilhantes. Ousadia. Ela recebe a todos em sua casa com muito amor, palavra fundamental em sua vida. E claro, com muita música clássica.
Lá fora, o jardim da Casa da Música transmite paz. A fonte com carpas fascina. Uma paz que ela encontrou no seu cantinho místico. Tudo na casa tem um toque de Laís. Descobri também alguns quadros feitos por ela. A rosa branca, na parede me chama atenção. Existe um baú cheio deles. Laís realmente tem espírito de artista. Nenhuma aula de pintura, mas diz que vai começarem breve. O quadro na parede bem de frente a porta não tem como não impressionar. É o seu retrato. Simplesmente belo. Presente de uma amiga pintora, como os tantos livros enfileirados na prateleira, que tem dedicatórias a ela.
Calmamente sem perceber, chega Denise, amiga e confidente de Laís há anos. Considera-a sua primeira-secretária. Personal stilyst. Denise foi aluna do Coral Pró-arte por muitos anos e foi lá que se conheceram. Laís cantou a primeira música feita para o bem-querer em seu casamento: “Amo você”. Denise é sua aluna de música erudita. Juntas elas dividem confissões, sorrisos e muitas histórias juntas. Denise não poupa elogios. São mais de 40 anos de amizade. Vê Laís como uma professora, que dá lição de vida para qualquer um que a procure. Denise afirma que as notas saem espontaneamente da boca de Laís. Laís contagia Denise. E me contagia. Muito bem-querer e bem-cuidado no ar.
Laís acredita que sua história tem que ser contada. Sua vida não é apenas um álbum de retratos antigos. É um passado intensamente vivido. É vida. É realidade. Laís vive a música. São amores para a eternidade. Laís toca e canta para que o amor floresça e a dor silencie. Para sempre.
Laís Pacini é linense e conhecida desde muito cedo na cidade pelo seu elo com a música e com os encantos que ela trás para a sua vida. Sofreu de poliomielite aos 11 meses e carrega as sequelas em suas pernas. Há dez anos fraturou o fêmur e não pode mais andar, ganhando assim uma companheira motorizada, chamada por ela de princesinha. Mas isto não deixou que a sua estrela perdesse o brilho. Suas mãos a seguraram. A levantaram. Laís conta que nasceu com um brilho próprio. Brilho que chegou em 7 de agosto de 1937. E foi com ele, que ela conquistou tudo na vida. Uma vida intensa. Cheia de amores e paixões. Em troca de tanta felicidade, Laís decidiu que sua vida seria eternamente ligada a música.
Filha de pais com opiniões muito distintas, Laís desde cedo teve suas próprias escolhas. Sua mãe, Odila Pacini, a protegia como um cristal. Talvez ela pudesse quebrar. Mas ela não entendia que o que a cortava por dentro, era não viver como uma pessoa comum. Seu pai, Alcides Pacini, seu melhor amigo e conselheiro, a apoiava em todas as decisões. Desejava que ela o seu dom. Fizeram tudo o que podiam. Tratamentos, cursos. No início, Laís era levada até a escola por um amigo charreteiro, que a colocava dentro da sala de aula. Na escola, Laís conheceu além das palavras, muitas mãos amigas. Mãos que a levantaram. Faziam-a flutuar. Sempre teve amigos que a ajudaram. E permanecem juntos por uma vida inteira.
Laís andava antes da fratura. Mesmo com dificuldades nunca quis ficar limitada a uma cadeira de rodas. Depois de alguns anos vieram os irmãos. Quatro no total. Sua mãe, professora, decidiu que se preocupar tanto, não iria lhe fazer bem. Proteção demais às vezes soa como medo. Laís criou asas e levantou vôo sozinha. Buscava sempre novidades. Laís afirma que desde a poliomielite, teve uma nova identidade: sabia que podia se tornar algo além do que imaginava. Desconhecido. Novo. Encontrou assim seu verdadeiro caminho. Define sua vida como uma bola cheia de arestas, que com o tempo foram se moldando e se adequando à sua nova vida. As arestas se apagaram e se renovaram a cada dia que passava. E estas arestas perceberam que nunca seriam maiores do que o sonho de Laís. Tornaram-se invisíveis assim como o preconceito e a deficiência diante de todos.
Laís não tinha controle das suas pernas. Mas tinha de suas mãos. Dizem que quando Deus tira algo, compensa com outra coisa muito melhor. Desde muito nova, Laís teve a igreja presente em sua vida e foi lá que conheceu a religião e iniciou o canto. Tocava órgão e substituía o regente do coral. Foi se aperfeiçoando cada vez mais na música. Decidiu atravessar as fronteiras e ir estudar no Rio de Janeiro. Seu sonho de ser pianista e conhecer o mundo não se consolidou por causa das consequências da poliomielite. Laís não desistiu. A princípio sem o apoio da mãe, Laís foi. Conheceu o mundo através da música e dos diversos instrumentos que tocava. Foi para o Rio de Janeiro com uma bolsa de estudos e por lá ficou quatro anos na Escola de Música Sacra morando em um internato. Trabalhava dando aulas folclóricas para as crianças com instrumentos como órgão, piano, flauta, violão. Conheceu tudo o que podia. Foi a todos os lugares que gostaria de estar. Concertos. Praias. Cursos. Amizades que se recorda até hoje.
Depois de formada, foi chamada em Piracicaba para trabalhar em um igreja. A música a buscava em todos os cantos. Fazia-a mudar de vida. Em Piracicaba, lembra que foram os anos mais brilhantes da sua vida. Aprendeu e cresceu rapidamente. Trabalhou muito também. Mas não dava mais. Acabou voltando para Lins, onde terminou o conservatório e a faculdade de Educação Artística, após passar em um concurso de funcionária pública. Fundou e regeu com muita capacidade o Coral Pró-Arte em 1969, sendo coordenadora por 27 anos, passando o seu trabalho para um amigo com talentos semelhantes.
Laís acima de tudo é mulher. E gostaria de sempre ser vista assim. E foi. Foram dez anos de respeito, cumplicidade e muito amor. Laís conheceu o bem-querido ou bem-querer, assim chamado carinhosamente por ela no Coral Pró-Arte. Dez anos mais novo. Desde o primeiro dia em que o viu se sentiu incomodada. Seria um amor para toda a vida. Perto ou distante. Foram os dois meses mais longos de sua vida até se aproximarem. Os olhos verdes de Laís brilharam como esmeralda. Não conseguia ver mais ninguém. Tudo era direcionado para ele. O bem-querer se tornou o melhor amigo, acompanhando-a em todos os eventos musicais. Veio para protegê-la. Foi tão especial em sua vida que se tornaram namorados. A família dele era orgulhosa, preconceituosa. Não aceitavam Laís. Com tantas limitações, ele não pedia nada em troca. Apenas compartilhar a sua vida com a dela. Sempre transparente, todos os amigos viveram junto a ela, a delicadeza daquele sentimento.
Foram milhares de músicas, poemas e cartas destinados a ele. Depois de dez anos dividindo uma vida intensa, a Rosa Laís e o Bem-Querer, após alguns silêncios, se separaram. Passaram-se 15 anos e as notícias vinham apenas pelos amigos. Soube que se casou. Teve filhos. Ela não diz o seu nome. Por 15 anos, Laís se fechou para o amor, mas não para o mundo. A vida seguia. Esse era um ponto importante: continuar.
Após os dias de fisioterapia, ela pára e olha para a rua sob a janela. Em uma tarde de 2007, avista um homem com um olhar não muito desconhecido. Parece perdido e triste naquela casa à frente. Laís passa os dias observando-o. Quem seria esse homem que faz as mesmas coisas todos os dias, nos mesmos horários e que tem apenas a companhia de dois cachorros? Estaria se escondendo do mundo? Em uma tarde, ele acenou para ela chamando-a pelo seu nome: Laís. Ela o reconheceu. Foi como se tudo o que tivesse vivido até ali fosse um sonho. Ele voltou e está mais perto do que nunca. Depois deste dia, nunca mais se falaram. Laís não desistiu. Mandava rosas, mimos e cartas através de sua secretária. Todos os dias. Ficava observando-o pegar as correspondências pela câmera de segurança de sua casa. Foram cem cartas de amor. Nenhuma recebida de volta. Nenhuma devolvida. E também nenhuma revolta pelos atos que Laís praticava. Nada. Apenas alguns sorrisos e acenos de bom dia ou de boa tarde. Foram esses detalhes que a salvaram. Salvaram o seu coração.
Laís não sente medo de nada. Carrega um amor que acredita ser eterno em outra vida. Algum tipo de reencarnação. Laís ainda escreve cartas para ele, mas guarda pra si, em sequência de dias, partilhando secretamente sua vida com ele.
Hoje, Laís tem três livros publicados recheados de romantismo. Autênticos. Após longas conversas entre amigos e muitos poemas guardados, Laís decidiu publicá-los. Inesquecíveis. Ela também faz parte da Academia Linense de Letras, que recebeu um “hino” de sua autoria.
Laís esclarece que só faz da vida o que quer e o que gosta. Garante que isso é um privilégio. Não dá mais para ser escrava do tempo. Cumprir horários. Cada dia é uma surpresa. Está descartada a rotina que tanto entristece as pessoas. Laís torna possíveis os sonhos dos seus alunos de aprenderem, assim como ela o fascínio pela música. Piano, flauta, teclado e canto. Faz regularmente fisioterapia. Terapias alternativas. Muda o visual. Hoje ela está ruiva, amanhã loira. Divide o seu tempo entre a Casa de Música e a Casa Mística, acordando bem cedo, molhando as plantas, descobrindo o mundo virtual e confessando segredos para a sua grande companheira, a gata Alicinha. Não me deixa esquecer o frango com quiabo e acelga, seu prato mais apreciado, o jardim e os banhos de banheira. A visita dos irmãos e amigos é frequente. A Igreja, assim como a fé, continua.
Laís nasceu para brilhar, sua estrela ofusca quem está perto. Há 73 anos, espalha a arte por todos os lugares em que passa. Sem limites. Tanta simpatia. Olhos brilhantes. Ousadia. Ela recebe a todos em sua casa com muito amor, palavra fundamental em sua vida. E claro, com muita música clássica.
Lá fora, o jardim da Casa da Música transmite paz. A fonte com carpas fascina. Uma paz que ela encontrou no seu cantinho místico. Tudo na casa tem um toque de Laís. Descobri também alguns quadros feitos por ela. A rosa branca, na parede me chama atenção. Existe um baú cheio deles. Laís realmente tem espírito de artista. Nenhuma aula de pintura, mas diz que vai começarem breve. O quadro na parede bem de frente a porta não tem como não impressionar. É o seu retrato. Simplesmente belo. Presente de uma amiga pintora, como os tantos livros enfileirados na prateleira, que tem dedicatórias a ela.
Calmamente sem perceber, chega Denise, amiga e confidente de Laís há anos. Considera-a sua primeira-secretária. Personal stilyst. Denise foi aluna do Coral Pró-arte por muitos anos e foi lá que se conheceram. Laís cantou a primeira música feita para o bem-querer em seu casamento: “Amo você”. Denise é sua aluna de música erudita. Juntas elas dividem confissões, sorrisos e muitas histórias juntas. Denise não poupa elogios. São mais de 40 anos de amizade. Vê Laís como uma professora, que dá lição de vida para qualquer um que a procure. Denise afirma que as notas saem espontaneamente da boca de Laís. Laís contagia Denise. E me contagia. Muito bem-querer e bem-cuidado no ar.
Laís acredita que sua história tem que ser contada. Sua vida não é apenas um álbum de retratos antigos. É um passado intensamente vivido. É vida. É realidade. Laís vive a música. São amores para a eternidade. Laís toca e canta para que o amor floresça e a dor silencie. Para sempre.
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