terça-feira, 6 de setembro de 2011

Brasil tem um geriatra para cada cinco mil idosos, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria

Professor de medicina e geriatra, Dr. Guilherme Genta, fala sobre a importância desta especialidade médica para o futuro do Brasil

O último censo publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no dia 29 de novembro de 2010, mostra que o país tem hoje, 190.732.694 habitantes. Destes, 10,78% tem 60 anos ou mais, ou seja, aproximadamente 21 milhões de pessoas, são idosas.
No entanto, enquanto o número de idosos cresce no Brasil, o número de geriatras, talvez um dos profissionais mais importantes voltados à saúde desta faixa etária, parece que segue o caminho contrário.
Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria apontam que o Brasil tem um geriatra para cada cinco mil idosos. O recomendável, de acordo com a instituição, seria um para cada mil. Apesar de o país ganhar todo ano quase 800 mil idosos, os números mostram que faltam cinco mil médicos nessa área.
São raros os brasileiros que tem o acompanhamento de um especialista. O país inteiro tem apenas 922 médicos especializados em geriatria, para uma população de 21 milhões de pessoas acima de 60 anos.
O Dr. Guilherme Genta, geriatra e professor do curso de medicina da Universidade de Marília, nos contou como a geriatria começou no Brasil e falou sobre a importância desta especialidade no país. Clínico Geral, Guilherme se especializou em geriatria no hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O local é conhecido por ter iniciado os primeiros estudos sobre a área, com a vinda do Japão do professor Morigushim, 1979, especialmente para lecionar geriatria, disciplina inexistente na época no Brasil.
Para o doutor, apesar de a tendência na medicina ser a especialização, ele sempre se sentiu incomodado em ter que se limitar a uma área específica, preferindo atuar como clínico geral. “De todas as especializações, a área de atuação mais encantadora é a geriatria”, enfatiza.
“Assim como uma criança não pode ser considerada como um adulto pequeno, o idoso também não pode ser considerado como um adulto diferente. Ele passa por um processo de envelhecimento, onde o processo fisiológico é diferente”, explica.
Quando se observa o mapa de distribuição de geriatras em todo Brasil, é ainda mais impressionante. São Paulo tem 410 profissionais. O Rio de Janeiro tem apenas 78. Os estados do Nordeste têm menos ainda: 11 em Pernambuco; 6 na Paraíba e no Maranhão. Mas na região Norte, a situação preocupa: Amapá, Amazonas e Tocantins têm apenas um geriatra cada.
Com a expectativa de vida dos brasileiros crescendo de geração em geração, precisamos torcer para que nos próximos dez anos, o número desses profissionais cresça de acordo com a necessidade no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário