quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Entidades discutem destinação de fluorescentes

Lâmpadas usadas ainda não têm destino certo em Lins

Altamente tóxicas e prejudiciais à saúde, as lâmpadas fluorescentes são maioria nos estabelecimentos especializados na venda de elétricos. Porém, uma vez usadas, são jogadas sem o cuidado necessário no lixo. Dados das principais lojas que comercializam o material na cidade, apontam que são vendidas aproximadamente 300 lâmpadas por mês em cada estabelecimento.
Com a intenção de evitar que esses produtos sejam descartados indevidamente e levados para aterros sanitários, a Etec (Escola Técnica Estadual – Centro Paula Souza), a Prefeitura, consumidores e comerciantes estão discutindo projetos e parcerias que definirão seu destino. Por lei, todo estabelecimento que vende lâmpadas fluorescentes é obrigado a recolher o produto, quando este não servir mais ao consumidor.
O responsável pela coordenadoria de Política Rural e Meio Ambiente (Compor) do município, Hemerson Cálgaro, esclareceu que a Prefeitura não tem a responsabilidade de recolher ou reciclar essas lâmpadas. “Houve uma reunião entre os comerciantes para elaborar um plano de como trabalhar esse projeto. O prazo final é setembro, porém, o responsável pelos materiais é o próprio gerador. A Prefeitura não tem um espaço para depósito. Ela trabalharia apenas como um órgão fiscalizador. O que pode ser feito é o município ser parceiro com os fornecedores, ajudando de alguma maneira a recolher essas lâmpadas”.
O mutirão Cidade Limpa, que tem início todo o mês de agosto, anunciou que serão recolhidos em todos os bairros, além do lixo, também pilhas, lâmpadas e lixo eletrônico. O diretor de Limpeza Pública, Sandro Silva, disse que a destinação final do material é o aterro da cidade de Guatapará, próxima a S.J. do Rio Preto, para onde vai o lixo de Lins. Silva declarou ainda que a coleta das lâmpadas atende a uma demanda do consumidor, mas esbarra no alto custo da destinação correta desse material, que varia de R$ 1,50 a R$ 2,50 por unidade. “O setor vem trabalhando para que a coleta das lâmpadas, e de qualquer material reciclável, seja feita por uma empresa terceirizada. Em 45 dias sairá o resultado da licitação para que a empresa escolhida assuma o contrato e se responsabilize pela reciclagem. Estamos esperando obter recursos; o setor entrará apenas com subsídios para ajudar a recolher esse material. Cabe ao gerador coletar as lâmpadas, e a empresa contratada assumir a responsabilidade de reciclagem.” Para finalizar, ele repetiu o mote: “Não se pode, jamais, jogar lâmpadas no lixo comum".
O professor Marcos Tolentino, da Etec, informou que o projeto de recolha das lâmpadas está próximo de ocorrer. A instituição coleta lixo eletrônico desde 2009. “A escola irá trabalhar como gestora, incentivando empresas e alunos a ser cidadãos conscientes. Com o início das aulas, e após firmar parceiros, estamos conversando com os fabricantes para ter coletores de forma permanente na cidade. A empresa Lorena, que já é responsável pela reciclagem do lixo eletrônico, também será pela coleta das lâmpadas.”
Os resíduos gerados no processo de transformação, como mercúrio, pó fosfórico, vidro, alumínio são destinados à indústria, para serem reaproveitados como matéria-prima. O mercúrio pode causar danos à saúde, e se descartado em aterros ou lugares inapropriados, pode contaminar também o meio ambiente.
“Em alguns pontos da cidade e na própria escola já podemos levar o lixo eletrônico e baterias. Após a coleta é feita uma triagem, para que os próprios alunos reciclem esse material e repassem para entidades e instituições sociais. O restante do material é entregue à Coopersol”, explicou Tolentino.
Ele acredita que muitos comerciantes não recebem as lâmpadas usadas de volta por falta de conhecimento e, principalmente, pelo custo implicado, uma vez que o armazenamento e encaminhamento desses produtos às fábricas, onde ocorre a reciclagem, reduzem o lucro.
"Vamos acompanhar de perto a movimentação das lâmpadas, para que esses produtos recebam a destinação correta", afirmou o professor.
As lâmpadas fluorescentes são apenas um dos tipos de resíduos que devem ganhar um sistema de recolhimento em todo o país, de acordo com a Lei Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em dezembro do ano passado.
No entanto, resolvido o problema das lâmpadas, será necessário desenvolver trabalho semelhante com pilhas, baterias, óleo de cozinha e outros produtos e substâncias que agridem o meio ambiente e podem afetar a saúde.

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