quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Assistência Social e Lar Bom Samaritano montam força-tarefa para recolher moradores de rua no inverno

O frio registrado no mês de julho obrigou a Secretaria de Assistência Social de Lins (SEMAS) a montar uma força-tarefa para levar moradores de ruas para casas de abrigo. Em reunião, a diretoria de Assistência Social reuniu polícia Militar, Lar Bom Samaritano, fiscalização da rodoviária, CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social) e representantes da secretaria da Saúde para discutir o andamento desse projeto.
Com o objetivo de recolher os moradores de rua e levá-los para albergues, o secretário municipal de Assistência Social, busca parcerias e esclarece que ainda há muito o que fazer. “As pessoas abordadas tanto pelo telefone da assistência como em ronda feita pela PM, precisam primeiramente passar por uma triagem, para deixar claro qual é a sua situação e carência. É nesse contexto que entra o papel da Secretaria da Saúde e do CAIS Clemente Ferreira.”
Na reunião, o diretor de administração da secretaria municipal de Saúde, Roberto Alves da Silva, esclareceu que o projeto poderá contar com as ambulâncias da saúde e que na próxima reunião será definido o papel da secretaria. Deixou claro também a situação hoje dos veículos: “As ambulâncias hoje tem capacidade para atender 80 pacientes por dia, entre Lins e região, mas são atendidas 120. Uma ambulância chega a socorrer 30 ocorrências por dia. Apenas um veículo é disponibilizado para emergências no período da noite. É preciso fazer a triagem dessas."
De acordo com o Tenente PM Willians, a rodoviária da cidade é considerada o ponto de chegada, por isso é necessária maior atenção. O objetivo da polícia Militar ao se deparar com o indivíduo ou receber ligações da população pelo 192, é encaminhar a pessoa para a triagem ou um albergue, no caso de Lins, o Lar Bom Samaritano. “Há casos do sujeito não aceitar ajuda, ou estar alcoolizado. É preciso que próxima na terça-feira estejam presentes o CAIS Clemente Ferreira e a secretaria de Saúde para esclarecem como será o procedimento antes de encaminharem para o frei”, explica o Tenente.
O Lar Bom Samaritano registrou um aumento no número de atendidos por causa da queda na temperatura. Segundo frei Josias, em média 15 pessoas procuram diariamente o albergue para se alimentar e dormir. A capacidade é de 30 lugares, e não há tempo máximo de permanência.
No último mês, o frei contou que passaram pela instituição 116 itinerantes e foram servidas 210 refeições; entre café da manhã, almoço e janta. Para a alimentação, não há restrições, apenas é feito um cadastro do indivíduo ou de toda uma família. “Nosso público alvo do projeto morador de rua, são pessoas que querem sair da rua para que possamos inseri-lo na sociedade; e aqui, todos são acolhidos com acompanhamento da parceria com o CAPS AD e CMAS”.
O atendimento no albergue é feito todos os dias, 24 horas. As pessoas não podem estar sob o efeito de álcool ou drogas. “Todos podem usar o albergue o tempo necessário. Prolongamos o período por causa do frio ou quando a pessoa está esperando uma vaga de emprego ou passagem para sua cidade. Nós acolhemos a população, mas quero deixar claro que somos da área da assistência e não dá saúde. Não podemos ter nenhum tipo de enfermeiro, pois não há convênios. A nossa busca é que se o morador for diagnosticado com algum problema de saúde física ou mental, ele seja encaminhado para a saúde e não para o Lar. O nosso público é o itinerante, o morador de rua, a pessoa que está passando necessidade, para ninguém na rua. Quando for emergencial, acolheremos, mas é preciso que o caso seja passado para a saúde”, explica o frei.
O Lar tem parceria e convênio com o CAPS AD e CMAS, o que gera uma verba mensal de R$ 4,100. A despesa mensal é de R$ 15 mil; o restante vem de recursos próprios e doações. Com a procura crescente no inverno, o Lar precisa de doações como agasalhos em bom estado, cobertores, colchões e alimentos. O Lar Bom Samaritano fica na rua Coronel José Bráulio, 350, no bairro Junqueira.

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