sexta-feira, 1 de abril de 2016

Xô mosquito

Após a epidemia de dengue, está aberta a guerra contra as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypt

Primeiro foi a febre amarela, que matou milhares de brasileiros em epidemias no passado. Depois a dengue que, de acordo com o Ministério da Saúde, só em 2015 afetou mais de 1,5 milhão de pessoas no país e 400 milhões no mundo. Recentemente, duas outras doenças se uniram à lista: chikungunya e zika.
Fabiano Colucci, da UP Castanhal, teve dengue há dez anos e foi diagnosticado recentemente com a zika, doença que também é transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti e está associada à microcefalia. “Tive febre, manchas pelo corpo e coceira. Passei pelo médico e ele disse que era apenas uma alergia. Voltei para casa e os sintomas se agravaram. Pesquisei na internet o que poderia ser, fiz repouso e tomei os medicamentos por contra própria.”
Embora apresentem sinais clinicamente parecidos como febre, náusea, dores nas articulações e nos olhos, a médica do trabalho da UP Castanhal, Dra. Karoline Costa, esclarece que é importante não só prevenir as doenças, mas saber identificá-las. “Em casos de suspeita a pessoa deve procurar, imediatamente, por um serviço de saúde. Seja qual for o sintoma, a automedicação não é aconselhada e traz sérios riscos à saúde, podendo levar à morte.”
E, para evitar uma possível epidemia, cada pessoa precisa fazer a sua parte, promovendo uma blitz constante dentro e fora de casa. A colaboradora Elizabeth Carpine, da unidade Lins, redobrou os cuidados após o marido contrair a dengue e perceber que vizinhos armazenavam incorretamente materiais para reciclagem. “Só o esforço coletivo é capaz de combater o mosquito e evitar sua proliferação. Para se prevenir basta evitar o acúmulo de água em vasos de plantas, caixa d’água, pneus velhos, garrafas descartáveis, entre outros. São precauções que devem ser tomadas dentro do ambiente doméstico, por qualquer pessoa, e que não duram mais do que alguns minutos na semana.”

Novos aliados
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou em dezembro de 2015, o registro da primeira vacina contra a dengue no país. Produzida por um importante laboratório francês, o Sanofi Pasteur, a imunização previne os quatros tipos do vírus da dengue, mas não protege contra a chikungunya e zika. A vacina será administrada em três doses, com intervalos de seis meses, e é indicada para pessoas com idade entre 9 e 45 anos. O Ministério da Saúde avalia a possibilidade de agregar o produto ao sistema público ainda no primeiro semestre e distribuir até o final de 2016, em todos os estados, 500 mil testes rápidos que confirmam em vinte minutos se o paciente tem alguma das doenças. Em convênios particulares, os testes já estão na lista de procedimentos com cobertura obrigatória. 


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